As respostas de Moro

Um tema abordado insistentemente na mídia é o chamado caso da "Vaza Jato", que consiste na divulgação pelo site The Intercept e de parceiros como Folha de São Paulo, Veja e Reinaldo Azevedo, de conteúdos de diálogos de procuradores da Lava Jato e do então juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça e da Segurança Pública.
A questão da validade destes diálogos para anular os processos relacionados é bastante controverso. Contudo, pelas declarações de Moro e dos integrantes da Força-Tarefa da Lava Jato, há grande possibilidade de ser um conteúdo verdadeiro, uma vez que a defesa dos envolvidos foca na ilegalidade do acesso em vez de negar os diálogos (todos afirmam não haver na da de errado no que já veio a público).
Em sabatinas em comissões do Congresso Nacional, Moro deu declarações que permitem uma análise racional dos fatos:

1- "não reconheço a autenticidade dos diálogos, podem ser verdadeiros, parcialmente verdadeiros ou totalmente falsos"
( ora... se não reconhece, deveria negar. O fato de não negar denota medo de que a veracidade seja comprovada e sua mentira seja evidenciada)
2- mesmo não reconhecendo a autenticidade, não vejo nada demais
( ora... se não reconhece a autenticidade, por qual motivo defende a licitude do conteúdo dos diálogos? Não são falsos?)
3- As acusações contra mim tem como objetivo anular os processos e as condenações por mim proferidas
( ora... se não há ilegalidade nos diálogos e se eles não são autênticos, por qual motivo as cortes superiores, que confirmaram muitas de suas decisões, anulariam os processos?)
São questionamentos elementares... cuja resposta não pode ser simplesmente desqualificar os acusadores ou chantagear o país com a suposta volta da corrupção sistêmica (que nunca se foi).
Octavio Carvalho - Jornalista


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